Em 2018, Bolsonaro era 17, que no tarot é o arcano A Estrela. Esse número e o número de deriva dele, o 8 (A Justiça), remetem à busca pela justiça e à união das pessoas em torno de um ideal. A rejeição ao PT e a todos os escândalos de corrupção colocaram em Bolsonaro a esperança de dias melhores.
Em 2022, o número de Bolsonaro era 22, que no tarot é o Louco, que deriva para o arcano 4, O Imperador. Por sinal, a mesma derivação do número 13 de Lula. Os dois candidatos tinham exatamente a mesma constelação de cartas, o que torna muito evidente que o processo que estamos passando coletivamente tem a ver, sim, com a integração das forças masculinas. Isso porque o arcano 4 está relacionado com o arquétipo patriarcal: o pai, a lei, o Estado. O pai, nas constelações familiares está relacionado à expressão dos talentos, à autoridade sobre a própria vida, à ordem. Para muitos analistas políticos, as eleições presidenciais de 2022 representaram não apenas a escolha de um líder, mas a escolha de permanecermos ou não uma democracia. Significados muito profundos advém dessa simbologia.
Para Bolsonaro a dificuldade foi transformar-se (arcano 13, A Morte). Ele se dizia um especialista em matar, caçoou de pessoas morrendo sufocadas e das altas taxas de suicídio. Talvez realmente se ache um grande amigo da morte, mas toda essa crueldade e insensibilidade esconde o grande medo de morrer, não literalmente, mas como personagem. Se o imbroxável broxar, quem ele é? Quem é a pessoa por trás do poder violento das armas e da máquina pública?
O mecanismo de defesa, aqui é o 22, o Louco. Não pareceu que Bolsonaro queria ganhar a eleição: em plena campanha equiparou-se a pedófilos, fez declarações xenofóbicas, deixou-se filmar ensinando a roubar dinheiro público em caixas de sapato. Como uma criança perversa, sincericida, sem os limites firmes de um pai presente e amoroso, Bolsonaro foi destruindo sua reeleição, mesmo com o aparato da máquina pública que usou sem pudor para ganhar votos, e o surpreendente apoio de quase 50% dos brasileiros votantes.
Alguns desses brasileiros estão interditando as estradas do país, como meninos pedindo limites, a orientação ou a presença de um pai ausente. Bolsonaro sequer se dignou a agradecer seu eleitorado. Simplesmente se fechou, incapaz de encarar com maturidade um fato da trajetória que escolheu: perder faz parte. Atitude de um menino, um menino velho.
A falta do pai é uma dor latente no Brasil. E sem a presença do pai (arquétipo), meninos serão sempre meninos sem limites, e por vezes cruéis e sanguinários. Em 2022, mais de cem mil crianças foram registradas sem o nome do pai. E mesmo as que tem o nome do pai na certidão recebem muito pouco de seus genitores, que foram, eles mesmos, na maioria das vezes, negligenciados, abandonados ou violentados pela figura paterna.
Na perspectiva sistêmica, entendemos que tudo começa na família. Enquanto olhamos para cima, esperançosos que a solução virá de fora, perdemos a oportunidade de nos transformar, e através do enfrentamento de nossas dores e mazelas, criar um mundo diferente. Precisamos olhar para o pai, como homem e como arquétipo.
E como se trabalha a figura do pai nas constelações familiares? Através da inclusão sem julgamento e do reconhecimento das dores e fidelidades que se carrega e que vêm da família do genitor. Usando o Tarô Integrativo Sistêmico, também tomamos consciência das questões relacionadas aos movimentos da alma familiar. Você gostaria de aprender mais?
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